O Mounjaro, medicamento que ganhou notoriedade mundial no combate à obesidade, pode em breve se tornar uma alternativa segura e eficaz para crianças e adolescentes com diabetes tipo 2. Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, o remédio vem sendo avaliado em diferentes fases de estudos clínicos, e os resultados mais recentes são promissores.
De acordo com a empresa, o fármaco — que atua como duplo agonista dos receptores GIP/GLP-1 — reduziu, em média, a hemoglobina glicada em 2,2% e o índice de massa corporal (IMC) em até 11,2% entre jovens diagnosticados com a doença.
Os dados fazem parte do SURPASS-PEDS, ensaio clínico de fase 3 conduzido especificamente com menores de idade. O estudo acompanhou 99 participantes, de 10 a 17 anos, com diabetes tipo 2 mal controlado por metformina, insulina basal ou pela combinação dos dois medicamentos. Após 30 semanas de tratamento com Mounjaro, os pacientes apresentaram reduções significativas nos níveis de glicose, resultados que se mantiveram ao longo de 52 semanas na fase de extensão aberta.
Em relação à segurança, não foram registrados episódios de hipoglicemia grave, e a taxa de abandono do tratamento por efeitos colaterais foi considerada baixa. As reações adversas relatadas ocorreram principalmente durante o ajuste de doses, algo já observado em estudos anteriores com adultos.
Além do foco no diabetes tipo 2, a Eli Lilly mantém pesquisas sobre a eficácia do Mounjaro em outras condições, como a doença renal crônica. Os resultados atualizados foram publicados na revista científica The Lancet e apresentados no Encontro Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD 2025).
Com esses avanços, o Mounjaro se aproxima de ser aprovado como uma nova opção terapêutica para crianças e adolescentes com diabetes tipo 2, ampliando as possibilidades de controle da doença nessa faixa etária.