Greve dos motoristas chega ao 3º dia e agrava transtornos em Campo Grande
Justiça determina retorno e prevê multa diária de R$ 200 mil
A greve dos motoristas do transporte coletivo de Campo Grande entrou no terceiro dia nesta quarta-feira (17), mantendo a paralisação do serviço e afetando diretamente cerca de 110 mil usuários que dependem diariamente dos ônibus na Capital. Aproximadamente mil trabalhadores seguem mobilizados, mesmo após decisão da Justiça do Trabalho que determinou a retomada gradual da frota para garantir o atendimento mínimo à população.
Na terça-feira (16), uma audiência de conciliação reuniu representantes da Prefeitura de Campo Grande, do Consórcio Guaicurus e do sindicato da categoria. No entanto, o encontro terminou sem acordo, aprofundando o impasse. A Justiça estabeleceu percentuais mínimos de circulação dos veículos em horários específicos ao longo do dia e fixou multa diária de R$ 200 mil ao sindicato em caso de descumprimento da determinação judicial.
Apesar da orientação do presidente do sindicato para que os motoristas retornassem ao trabalho, a categoria decidiu manter a paralisação. Os trabalhadores afirmam que só retomam as atividades após o pagamento integral dos valores reivindicados, estimados em cerca de R$ 1,3 milhão. A situação tem elevado o clima de tensão entre sindicato, empresa e poder público, sem perspectiva imediata de solução.
Os reflexos da greve já são sentidos de forma significativa no comércio local. Entidades do setor estimam prejuízos que podem chegar a R$ 10 milhões, especialmente por ocorrer em um período considerado estratégico para as vendas. Comerciantes relatam dificuldades para o deslocamento de funcionários, atrasos e faltas, além de redução expressiva no fluxo de consumidores.
Enquanto o Consórcio Guaicurus sustenta que a paralisação é resultado de uma dívida acumulada desde 2022, que pode alcançar até R$ 39 milhões, a prefeitura e a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) afirmam que todos os repasses contratuais estão sendo realizados em dia. Sem consenso entre as partes, o impasse se prolonga, ampliando os transtornos à população e os impactos econômicos em Campo Grande.