Com Zé Teixeira, Murilo vai a Riedel tratar da sucessão de Alan Guedes

Sucessão municipal já entra na pauta das discussões políticas, para 2024

Os bombeiros da política já estão a postos. Nem bem refeitos da ressaca eleitoral – aí incluída a rebordosa dos atos terroristas-bolsonaristas – e os estrategistas começam a tratar da sucessão do prefeito Alan Guedes. Até porque, nem só de soja, boi e empreendimentos imobiliários vive a terra de seu Marcelino. A política também está entre os negócios mais rentáveis no grande celeiro do estado. E o primeiro passo nessa direção é um encontro que está sendo milimetricamente calculado, entre o governador Eduardo Riedel e seu antecessor na milagrosa cadeira da secretaria de Infraestrutura do Estado, o ex-vice governador Murilo Zauith. Por trás de tudo, o poderoso deputado Zé Teixeira, um dos maiores interessados no assunto. Ele próprio, sempre pré-candidato a prefeito. Nunca escondeu que este é o mais dourado de seus sonhos.

A coisa funcionaria mais ou menos assim. Como Zauith ainda está dodói pela forma traumática como foi defenestrado do governo do qual era o número dois e havia jurado não pôr os pés no Parque dos Poderes enquanto durasse a dinastia Azambuja, o deputado Zé Teixeira se encarregaria da missão. Nada que um encontro “casual” não resolvesse. Um café no Pão e Tal, nos altos da Euclides da Cunha, por exemplo. Ou um filé parmegiana, ali pertinho, na rua da Paz, na Cantina Romana, tudo próximo ao apê do dono da Unigran também na capital. Melhor ainda, como Riedel agora é governador e talvez não haja espaço na agenda para esse tipo de passatempo, o ex-vice receberia um telefonema de Zé Teixeira, mais ou menos nos seguintes termos: “Murilo, estou com o Riedel aqui no Receptivo do Prosa (onde funcionou o gabinete de transição de governo); ele está te convidando para um cafezinho, vamos falar um pouco de Dourados”. Pronto, lá dá para ir, sem maiores constrangimentos. Sem traumas ou más recordações.

Lembrando que a encrenca que ocasionou o afastamento de Murilo Zauith de Reinaldo Azambuja tem muito mais a ver com um rabo de saia do quê, propriamente, com questões governamentais. Questões políticas, talvez, já que Zauith também pretendia disputar o governo, mas aí seu preposto José Jorge Leite Filho, o Zito, fez aquela lambança toda e deu no que deu. De ambas as partes, as que interessam hoje, entre Riedel e Zauith não existe nenhum tipo de desavença, tanto que, candidato, Riedel tentou uma aproximação com Zauith, ainda no primeiro turno, quando o marido da poderosíssima dona Cecília estava, ainda, sonhando com Rose Modesto sentada na cadeira com a qual ele também tanto sonhava. No segundo turno, o casal foi tragado pela onda do “capitão lá, capitão cá”, mas de tão tímido que foi o “apoio” ao capitão de cá nem fez cócegas em Riedel.

Falando em Zito, pode até parecer uma questão menor, mas é exatamente por aí que deve começar a conversa entre os três que vão decidir quem é que deve se sentar na cadeira de Alan Guedes. Sim, porque depois de ver frustradas todas as suas previsões quanto a assunção do governo pelo chefe Murilo, o filho do velho Zé Jorge Leite voltou a se mexer para assumir o controle da articulação política de Alan Guedes na prefeitura, já com vistas à reeleição, trabalho que ele desempenhou durante a campanha do atual prefeito. Falou-se à época que a mando de Murilo, cujo candidato seria Barbosinha, contra a vontade de Zé Teixeira, traído por Guedes lá atrás. Conversa difícil, como se vê.

Tem que combinar tudo isso com o Azambuja? Esta deve ser a primeira pergunta de Zauith a Riedel. Neste caso, talvez nem dê tempo para o cafezinho do Prosa esfriar. Sim, porque Alan Guedes arrastou multidões para os palanques de Eduardo Riedel, que, agora, se for pelas ordens de Azambuja, pode ser “obrigado” a optar pela deputada Lia Nogueira. Um nó difícil de desamarrar, ainda mais porque os dois interlocutores do governador também estão de olho na mesma cadeira, do mesmo Alan Guedes.

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