Uma dor silenciosa tomou conta da unidade de saúde no Universitário na noite de ontem. Um rapaz de apenas 21 anos chegou à UPA relatando mal-estar, enjoos e dores abdominais. Apesar de estar consciente no momento da entrada, seu quadro piorou de forma repentina e, em apenas uma hora e meia, ele não resistiu. As equipes médicas tentaram reanimá-lo duas vezes, mas não conseguiram evitar a morte.
O corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal, onde exames necroscópicos e toxicológicos deverão apontar a causa exata. A principal suspeita é de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica, geralmente encontrada em bebidas alcoólicas adulteradas. A ingestão de pequenas quantidades pode causar danos irreversíveis, como cegueira, falência de órgãos e até a morte.
A Polícia Civil instaurou investigação para apurar o caso. Agentes da Delegacia Especializada em Crimes contra o Consumidor apreenderam cerca de 13 frascos de bebidas em uma loja onde o jovem teria feito a compra. Esses materiais agora passam por perícia. Os laudos, que devem sair em algumas semanas, serão fundamentais para confirmar ou descartar a presença do metanol.
O caso também acende um alerta à população. O consumo de bebidas de origem duvidosa, sem rótulo claro ou vendidas por valores muito abaixo do mercado, aumenta os riscos de intoxicação. Autoridades reforçam que, diante de sintomas como náuseas, vômitos e visão turva após a ingestão de álcool, a busca por atendimento médico imediato é essencial para aumentar as chances de sobrevivência.
Enquanto a investigação avança, familiares e amigos aguardam respostas. O luto de uma vida jovem interrompida tão cedo agora se mistura à necessidade de responsabilização e à esperança de que a tragédia sirva de alerta para evitar novas perdas.