Vereador de Terenos é afastado pelo TJMS por suspeita de corrupção

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) determinou o afastamento do vereador Arnaldo Glaglau (PSD), investigado por suposta participação em um esquema de corrupção instalado na Prefeitura de Terenos. A decisão atende a pedido do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que também impôs ao parlamentar a monitorização por tornozeleira eletrônica pelo prazo de 90 dias, como medida cautelar para garantir o andamento das investigações.

O afastamento ocorre no âmbito da Operação Spotless, deflagrada em setembro de 2025 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção). A operação revelou supostos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, direcionamento de licitações e desvio de recursos públicos.

A investigação aponta que o esquema teria sido liderado pelo então prefeito Henrique Budke (PSDB), também afastado do cargo por decisão judicial. Ao todo, a operação cumpriu 16 mandados de prisão e 59 ordens de busca e apreensão em Terenos, Campo Grande e Santa Fé do Sul (SP), desarticulando um grupo que, segundo o MPMS, atuava para manipular licitações e garantir vantagens ilícitas a empresários e agentes públicos.

Conforme a apuração, apenas no último ano as fraudes podem ter causado um prejuízo superior a R$ 15 milhões aos cofres públicos, por meio de contratos superfaturados, pagamento de propinas e simulação de serviços. Diante das evidências colhidas, o MPMS ofereceu denúncia contra Budke e outras 25 pessoas apontadas como integrantes do esquema.

Entre os denunciados estão:

  • Henrique Budke (PSDB), prefeito afastado de Terenos;

  • Arnaldo Glagau (PSD), vereador e empresário;

  • Arnaldo Santiago, empresário;

  • Cleberson José Chavoni Silva, empresário;

  • Daniel Matias Queiroz, empresário;

  • Edneia Rodrigues Vicente, empresária;

  • Eduardo Schoier, empresário;

  • Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar e empresário;

  • Felipe Braga Martins, empresário;

  • Fernando Seiji Alves Kurose, empresário;

  • Genilton da Silva Moreira, empresário;

  • Hander Luiz Correa Grote Chaves, empresário;

  • Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura;

  • Leandro Cícero de Almeida Brito, engenheiro;

  • Luziano dos Santos Neto, empresário;

  • Maicon Bezerra Nonato, servidor público municipal;

  • Marcos do Nascimento Galitzki, empresário;

  • Nádia Mendonça Lopes, empresária;

  • Orlei Figueiredo Lopes, comerciante;

  • Rinaldo Córdoba de Oliveira, empresário;

  • Rogério Luís Ribeiro, empresário;

  • Sandro José Bortoloto, empresário;

  • Sansão Inácio Rezende, empresário;

  • Stenia Souza da Silva, empresária;

  • Tiago Lopes de Oliveira, empresário;

  • Valdecir Batista Alves, empresário.

O caso segue em tramitação e novas diligências devem ser realizadas para aprofundar a identificação dos responsáveis e o destino dos recursos desviados. O MPMS reforça que os acusados ainda têm direito ao contraditório e à ampla defesa.