Casa de reza indígena é destruída por fogo em MS e liderança suspeita de incêndio criminoso

A casa fica na comunidade indígena Tekoha Guapo'y, do povo Guarani Kaiowá, em Amambai (MS)

Uma casa de reza indígena foi destruída por fogo, na comunidade Tekoha Guapo’y, em Amambai (MS), a 332 km de Campo Grande. O espaço, que era de palha, ficou completamente destruído. Lideranças indígenas, como o cacique Elizeu Guarani acredita que o incêndio possa ter sido criminoso. Assista ao vídeo acima.

Moram na comunidade cerca de 8 mil pessoas, a maior parte da etnia Guarani Kaiowá. Elizeu fala que o incêndio contra a casa de reza pode ter sido motivado por intolerância religiosa. “A pessoa que queimou não gosta da nossa cultura. A gente fica traumatizado. Somos ameaçados direto”, descreveu.

O cacique explicou que o incêndio começou por volta das 19h30, desse sábado (2). Elizeu disse que uma rezadora e membros da comunidade que fazem a segurança do local estavam na casa poucos minutos antes do incêndio. Em um determinado momento, uma chuva forte tomou a aldeia e eles tiveram que sair.

Quando voltaram, as chamas já haviam consumido o local. Ninguém ficou ferido. “No sábado começou a chover granizo e pessoal saiu da casa de reza. Ninguém desconfiava de nada. No meio da chuva voltaram para ver e já estava pegando fogo. Viram pessoas correndo depois do fogo”.

A casa de reza foi construída pela própria comunidade, como Elizeu relembra. “Nós Guarani Kaiowá somos ameaçados pela nossa religião. Quem trabalha na casa de reza sofre bastante intolerância. Não é a primeira vez no estado, já queimou casa de reza em outros lugares. Não é só na casa de reza”, relembra.

“Estamos tristes porque é nosso templo sagrado. Com muito sacrifício erguemos e agora num piscar de olho foi queimado”, disse nas redes sociais Elizeu, que também é coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

O g1 entrou em contato com a Polícia Civil, que informou que nenhuma ocorrência foi registrada. Elizeu disse que as investigações correm internamente na comunidade, através das lideranças, com ajuda da Polícia Militar.

Agora, moradores da comunidade pedem doação para reerguer a casa de reza. As doações podem ser enviadas ao cacique Elizeu Guarani, no PIX: elizeuguarani@gmail.com / ou entrar em contato pelo telefone: (67) 99888-7737.

Crime próximo

A cidade de Amambai fica a 130 km de Dourados, onde uma garota indígena, de 11 anos, foi estuprada coletivamente e morta ao ser jogada de uma pedreira, com mais de 20 metros, há quase dois meses. Cinco pessoas confessaram o crime, entre três adolescentes e dois adultos, incluindo um tio da vítima. A pedreira, onde a polícia diz que a vítima foi abusada, fica próxima da aldeia Bororó, comunidade indígena em Mato Grosso do Sul, local em que a vítima morava.

De acordo com informações da polícia com base nos depoimentos da confissão dos suspeitos, três adolescentes e um adulto planejaram abusar da garota. No plano do crime, a polícia descobriu que dois adolescentes foram responsáveis por “embebedar” a garota e arrastá-la até o penhasco, local onde ocorreu o abuso.

Os jovens levaram a garota até a pedreira onde um outro adolescente e um adulto estavam. Lá, obrigaram a vítima a ingerir bebida alcoólica e, segundo o que disseram à polícia, iniciaram o abuso sexual coletivo.

Enquanto os quatro abusavam da criança, a polícia disse que o tio da vítima teria chegado ao local e também violentado a sobrinha.

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