Manifestação em Frente à Escola onde Pai Agrediu Criança Negra: Grupo Protesta Contra Violência Racial
Movimento organizado por grupos negros em Campo Grande busca conscientizar comunidade escolar após incidente de agressão racial
Na manhã desta quarta-feira (13), coletivos negros de Campo Grande se reuniram em frente à Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, no Bairro Universitário, para entregar cartilhas e panfletos sobre racismo, após um pai de aluno agredir uma criança negra de 4 anos dentro da instituição.
O evento, liderado por Ladielly de Souza Silva, de 27 anos, teve como objetivo acolher a comunidade escolar e promover diálogo sobre o combate ao racismo estrutural. “Estamos aqui para conscientizar e mostrar que o racismo não tem lugar em nossa sociedade. Distribuímos cartilhas com histórias em quadrinhos explicando como combater essa forma de discriminação”, destacou Ladielly.
A iniciativa foi bem recebida pelos pais, com cerca de 100 cartilhas entregues durante a ação. Após a distribuição, o grupo entoou palavras de ordem, reafirmando seu repúdio ao racismo. Entre os presentes, a autônoma Floraci Ribeiro da Silva, de 37 anos, expressou sua preocupação com o incidente de agressão, elogiando a presença dos guardas municipais para garantir a segurança. “É assustador saber que isso aconteceu em nossa comunidade. É importante que falemos sobre isso e ensinemos nossos filhos a respeitar a diversidade”, afirmou.
A auxiliar de produção Any Karoline, mãe de um aluno na escola, também se manifestou, classificando o episódio como “muito triste” e reiterando a importância de ensinar valores de igualdade às crianças. O caso de agressão motivou um boletim de ocorrência na Depca, com os pais da vítima alegando racismo.
Segundo relatos, o pai do aluno branco, após agredir a criança negra, retornou à escola para confrontar a diretora e admitiu ter ordenado que seu filho batesse na menina caso ela se aproximasse dele. Em depoimento à polícia, o agressor afirmou estar arrependido, mas não negou o teor racista de suas ações, justificando que seu filho não gosta de ser tocado.
O caso continua sob investigação policial, enquanto a comunidade escolar reflete sobre a importância da educação contra o racismo e da promoção de um ambiente seguro e inclusivo para todas as crianças.
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