Na década encerrada em 2020, o PIB do Brasil cresceu a uma média de 0,3% ao ano, contra 2,8% da economia global. Em termos per capita, estes números equivaleram a uma contração anual de 0,5% da renda, no caso do Brasil, e um crescimento de 1,7%, no caso global. Como destacamos em artigo anterior, a segunda “década perdida” em 40 anos acelerou o processo de perda da relevância do Brasil, cujo peso na economia global é hoje pouco mais da metade do observado no início dos anos 80.
Os motivos da estagnação e o receituário para que o país volte a crescer são amplamente conhecidos. Dezenas de bons economistas já enumeraram e detalharam o conjunto mínimo de reformas em que o país precisa avançar para, pelo menos, estancar seu processo de encolhimento relativo. A maior parte delas é relacionada à necessidade de redução dos gastos obrigatórios e do tamanho do estado, passando também pela reforma tributária e abertura comercial.
Já os motivos para a morosidade no avanço das reformas são mais complexos. Em artigo recente, abordei a relação entre o longo histórico de captura do estado por grupos de interesse e a dificuldade em reformá-lo, no Brasil. Marcos Mendes, em seu ótimo livro “Por que é difícil fazer reformas econômicas no Brasil?”, discorre extensivamente sobre o assunto.
Facebook Comentários