Universidades Federais de Mato Grosso do Sul perdem R$ 140 milhões com cortes do MEC
UFMS, UFGD e IFMS apontam redução de até 90% em alguns setores, que incluem até contas de água e luz
O Ministério da Educação (MEC) deve cortar, ao longo de 2021, R $ 994,6 milhões dos recursos facultativos às universidades e aos institutos federais.
Em Mato Grosso do Sul, serão R $ 140,8 milhões a menos do que o previsto no orçamento aprovado para o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o valor de cortes em quase R$ 1 bilhão representa 17,5% das despesas “não obrigatórias”.
Apesar do nome, esses gastos não são desnecessários e englobam o custeio de contas de água, luz, internet, manutenção e estudantis nas instituições.
Na UFMS, os recursos fornecidos para este ano foram reduzidos em 18% em relação a 2020.
Na prática, isso significa menos R $ 17,5 milhões técnicos para os contratos de energia, água e esgoto, limpeza, manutenção, vigilância, localização e bolsas de assistência estudantil e programas institucionais voltados para ensino, pesquisa, extensão, inovação e empreendedorismo.
Segundo o reitor da UFMS, Marcelo Turine, toda a administração central da universidade está trabalhando em prol dos ajustes para garantir que as atividades acadêmicas e científicas continuem para a formação dos estudantes e para o desenvolvimento da ciência.
“Manter a qualidade do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação na universidade pública brasileira, em especial, na nossa UFMS, é a missão e a prioridade da equipe de gestão desde 2017”, ressaltou.
Em nota, a UFMS afirmou que todos os contratos e as despesas estão sendo revistos, com o objetivo de priorizar as atividades realmente essenciais.
Conforme a presidente do Centro Acadêmico de Jornalismo da UFMS (Caco), Clara Farias, 21 anos, por ora, os restantes estudantis referem-se ao dia de maio estão garantidos.
Por ser em sistema retroativo, os estudantes serão contemplados com essa ajuda de custo apenas em junho. Farias explicou que, em reunião com o Diretório Central dos Estudantes (DCE), foi levantada uma possibilidade de os estudantes entrarem com um mandado de segurança para garantir os primeiros de junho.
“Nós do movimento Estudantil estamos tentando nos articular nacionalmente, conversando com outras universidades”.
UFGD
Uma estimativa da UFGD deixará de receber por volta de 50% do orçamento previsto para 2021. O valor mínimo para manutenção das atividades seria de R $ 250 milhões anualmente.
A instituição deve receber por volta de R $ 125 milhões, um déficit de pelo menos R $ 116 milhões em relação ao orçamento aprovado para 2021, estimado em R $ 241 milhões.
Se não houver liberações orçamentárias, a UFGD terá de cortar despesas essenciais, como bolsas e após os alunos, pagamento de empresas terceirizadas e suspensão de contratos com fornecedores.
A realização das atividades de pesquisa, ensino e extensão ficará inviabilizada e apenas as despesas de extrema necessidade serão quitadas.
Entre os anos de 2018, 2019 e 2020, o orçamento da UFGD se manteve estável: Em 2018, foram R $ 241.466.155,00; em 2019, foram R $ 259.076.198,00; e em 2020, R $ 259.392.836,00.
Para a instituição, manter o orçamento estável com esse valor destinado não é o ideal, pois todos os produtos adquiridos e os serviços contratados pela UFGD sofreram aumento nesses três anos. “Em 2021, a situação financeira das universidades será ainda mais grave, porque além da falta de reajustes de orçamento de acordo com o índice de corte de orçamento”.
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