A partir do mês de setembro a segurança será reforçada nas aldeias de Dourados e região. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, durante a audiência pública realizada em Dourados, nesta quinta-feira (26), com a presença de lideranças indígenas e da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
A audiência foi realizada após a morte brutal da menina Raíssa, de 11 anos, no início deste mês na aldeia Bororó. Ela foi stuprada coletivamente e jogada viva de um penhasco de aproximadamente 20 metros. A comunidade clama por apoio, principalmente no combate de bebidas e drogas.
No evento, que contou ainda com as presenças da secretária de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho, Elisa Cleia Pinheiro Rodrigues Nobre e a subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Luciana Azambuja Roca, o secretário de Segurança disse que o Governo do Estado investiu R$ 849,1 mil na aquisição de 2 bases comunitárias e 4 motocicletas, que serão entregues na próxima semana pelo governador Reinaldo Azambuja, para atender as aldeias do município.
Nas bases comunitárias a população indígena receberá atendimento com orientações, informações e poderão ainda fazer denúncias e registros de ocorrências. “Paralelo a esse atendimento das bases comunitárias, policiais militares irão realizar o policiamento preventivo e ostensivo com as motocicletas”, explica o secretário.
Em parceria com a Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres e a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho, serão retomados nas aldeias de Dourados, também no início de setembro, importantes programas de prevenção à violência contra mulheres e crianças, como o Programa Mulher Segura (Promuse), que faz o monitoramento e proteção das mulheres em situação de violência doméstica e familiar e o Proerd, Programa Educacional de Resistência às Drogas, ambos desenvolvidos pela PM.
“São programas muito importantes para a prevenção à violência nas aldeias, mas que por conta da pandemia de Coronavírus tiveram que ser suspensos, mas que estaremos retomando no mês que vem, com as visitas técnicas, conversas com vítimas, familiares, fazendo os encaminhamentos pertinentes aos órgãos competentes, como Polícia Civil, Conselho Tutelar e órgãos da rede municipal de atendimento à mulher em situação de violência”, explica a subsecretária de Políticas para Mulheres, Luciana Azambuja.
“Estamos aqui para ouvir a demanda das comunidades indígenas e trabalharmos juntos na implementação de políticas públicas que visem o bem-estar social, a segurança e que promovam o trabalho e a cidadania para essas pessoas, que antes de serem índios, são seres humanos”, pontuou a titular da Sedhast, Elisa Nobre.
“As nossas forças de segurança pública sempre se fizeram presentes nas aldeias do estado, independente da competência, atendendo e atuando e fina sintonia com o Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal. Somos parceiros em todo e qualquer projeto que leve melhorias para as populações, em especial as mais vulneráveis”, complementou Videira.
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