Estudo da UFMS em parceria com Unemat para Sudeco visa impulsionar regiões fronteiriças e combater criminalidade.
Professores e estudantes das universidades federais e estaduais de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso apresentaram um estudo financiado pela Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste) com o objetivo de identificar desafios e iniciativas para promover o desenvolvimento nas regiões fronteiriças dos dois estados, especialmente nas cidades limítrofes com o Paraguai e a Bolívia. O estudo, resultado de uma análise abrangente de dados do IBGE, prefeituras e visitas técnicas, abordou sete áreas-chave.
Intitulado “Plano de Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira do Centro-Oeste”, o levantamento foi apresentado à superintendente da Sudeco, Rose Modesto. Este estudo examinou a situação de 45 cidades em Mato Grosso do Sul e 28 em Mato Grosso, incluindo aquelas próximas às fronteiras e outras situadas na linha de divisa ou em áreas mais centrais. Foram analisados aspectos como segurança pública, saúde, infraestrutura, logística, educação, desenvolvimento econômico, turismo e meio ambiente.
O estudo destacou a presença de grupos criminosos nessas regiões e ressaltou a importância do desenvolvimento econômico como forma de combater o crime organizado, destacando o papel da Sudeco no financiamento de projetos que visam gerar empregos, considerada uma estratégia eficaz para combater a criminalidade.
No contexto de Mato Grosso do Sul, cidades como Corumbá, Bela Vista, Ponta Porã, Coronel Sapucaia, Sete Quedas e Mundo Novo foram abordadas, sendo apenas Corumbá uma cidade fronteiriça com a Bolívia, assim como Cáceres, em Mato Grosso. O estudo propõe uma melhoria na gestão dessas cidades para facilitar iniciativas conjuntas com seus “vizinhos” estrangeiros, o que também envolveria esforços diplomáticos.
Rose Modesto planeja distribuir cem cópias do estudo para interessados na Sudeco. Este ano, a superintendência dispõe de R$ 11 bilhões para financiamento de projetos, dos quais R$ 2 bilhões são destinados a iniciativas em Mato Grosso do Sul. Tanto ela quanto o reitor da UFMS, Marcelo Augusto Turine, enfatizaram a importância desses dados na tomada de decisões sobre financiamentos e alocação de recursos.
O estudo também identificou questões logísticas, como a falta de voos interligando cidades dos dois estados e problemas nas rodovias, como a BR-163, conhecida como “rodovia da morte” para humanos e a R$ 262 para animais. Além disso, apontou a centralização de serviços nas capitais e o estado precário das pontes sobre o Rio Paraguai, tanto em Corumbá quanto em Cáceres.
O material foi desenvolvido como parte do Programa de Pós-Graduação em Estudos Fronteiriços, e seu coordenador, Edgar Aparecido Costa, ressaltou a importância do estudo para fornecer um diagnóstico preciso que possa orientar ações visando a melhoria das condições de vida nessas regiões fronteiriças.
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